Haroldo de Campos foi um dos criadores da Poesia Concreta, junto com seu irmão Augusto de Campos e Décio Pignatari.
Esse trio – Noigandres – ficou conhecido mundialmente e a Poesia Concreta, bem como o Concretismo, tornaram-se mundialmente reconhecidos, valorizados e estudados como um movimento literário.
Haroldo de Campos nasceu em 19 de agosto de 1929 e faleceu em 16 de agosto de 2003. O mês de agosto, portanto, foi o mês de sua entrada e saída desta vida.
Ele era uma pessoa eclética que atuava nas mais diversas áreas como teatro, ensaística, cinema, artes plásticas, TV, design, crítica e teoria literária, estética, tradução, performance, ensino e outras mais. Ele embriagou-se com o elixir da vida e dele tirava forças para adentrar por tantas diferentes portas. Uma curiosidade sem limites levava-o a experimentações e a vencer estranhamentos, conforme entrevista concedida a José Márcio Rego em março de 2000 e publicada no Caderno Mais! de a FOLHA DE SÃO PAULO, em 14 de setembro de 2003. Ele aprendeu, e ensinou a não fecharmos os olhos ao diferente. Ele provou que é mais inteligente manter a mente aberta, mesmo que o primeiro olhar não se sinta confortável.
E é ao poeta Haroldo de Campos que anualmente, no emblemático mês de agosto é produzido um evento com o objetivo de homenageá-lo e de manter viva a sua importante e vasta obra. Traduções de seus livros são preparadas em outros idiomas, leituras de trechos são feitas por personalidades artísticas por ele influenciadas, ocorrem debates e palestras de livros de sua autoria e tradução, testemunhos são dados por pessoas que com ele conviveram, enfim, a pessoa de Haroldo de Campos é lembrada e sua obra valorizada.
Um verdadeiro show cultural é preparado e entregue aos amigos e admiradores daquele que, segundo o diretor da Casa das Rosas, Frederico Barbosa, deveria ter recebido o prêmio Nobel de Literatura.
Neste ano a primorosa programação estendeu-se por três dias – 14, 15 e 16 de agosto e a Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura – teve o privilégio de homenagear seu “patrono”.
Entre palestras, oralizações, shows musicais, a preleção de Marcelo Tápia - diretor do Museu Guilherme de Almeida, poeta e tradutor - sobre a teoria de tradução poética desenvolvida por Haroldo de Campos e chamada de transcriação, foi brilhante. Ele apresentou os fundamentos, referências e exemplos da obra tradutória bem como os procedimentos e a forma haroldiana de transcrever poesias. A “Casa da Colina”, como também é conhecido o Museu Guilherme de Almeida, agora sob a direção de Marcelo Tápia, encontra-se em reforma. Por esse motivo os cursos por eles oferecidos estão sendo ministrados nas dependências da Casa das Rosas.
Segue o endereço da programação - www.poiesis.org.br - e gostaria de recomendar a todos que desejam aumentar seu conhecimento e desfrutar de boa companhia que fizessem os cursos oferecidos. Cultura e conhecimento só trazem enriquecimento para a alma e para o espírito. Devemos aproveitar essas oportunidades.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Não sei SE NADO, ou SE A FOGO!
É triste... Mas muito triste ver o grupo de líderes que deveria ser exemplo para a nação, passar por situações de tanto constrangimento! As pessoas comuns quando infringem leis recebem punições. Nos lares, os filhos são disciplinados quando suas ações são contrárias às regras da casa. Daí, a importância da família na vida de uma sociedade. É ali que as personalidades são formadas e os caracteres forjados. É ali que as boas obras são incentivadas e os erros corrigidos. É ali que o aprendizado se dá na mais profunda concepção da palavra, repercutindo por toda a vida.
É sempre possível aprender, mas quanto mais cedo uma criança receber tais orientações, mais probabilidade haverá de ela se tornar uma pessoa íntegra. E mesmo assim, infelizmente não há garantias, pois muitos foram criados em lares equilibrados e até com orientações bíblicas e religiosas, mas se revoltaram e adentraram a caminhos errôneos. No entanto, há muita chance de que, em alguma situação da vida, o ensinamento recebido retorne à memória e reconduza vidas ao trilho (“Ensina a criança no caminho que deve andar e mesmo quando for velho, não se desviará dele”. Bíblia livro de Provérbios 22.6 no Antigo Testamento).
Somos todos conscientes de que o ser humano é falho: "Enganoso é o coração e desesperadamente corrupto. Quem o conhecerá?" (Bíblia, livro de Jeremias 17.9 no Antigo Testamento). Conhecemos nossas tendências para o mal. Isso é muito perceptível, pois não é necessário ensinar uma criança a desobedecer. Essas características são existentes em nossos corações e, se incentivadas podem levar a atos insanos.
Toda essa introdução é para dizer que no Senado Brasileiro, neste agosto de 2009, pode haver pessoas que tenham sido criadas na mais rígida integridade, recebido orientações dignas, mas que por opção assumiram rumos mais fáceis, mais largos. Mas, para nós, povo, a impressão que se tem daquela CASA, que deveria ser modelo de dignidade e honradez, é que todos estão comprometidos (até o mais comprido e esticado fio de cabelo!).
- Qual seria a reação se o senador mór, que se encontra na berlinda, se levantasse e dissesse:
- Aquele desta Casa que não estiver "com o rabo preso" que seja o primeiro a atirar-me uma pedra"
Imagine isso acontecendo...
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Pode-se até ouvir o profundo silêncio instalado, apenas interrompido pelo arrastar dos sapatos se afastando...
E apesar dessas palavras não terem sido verbalizadas, foi como se tivessem sido proferidas através de um potente equipamento de som, pois o arquivamento das acusações nada foi além de abrir-se as mãos atrás das costas e soltar-se as pedras ao chão.
A impunidade é uma das mais agressivas formas de injustiça. Quando um avô não tem a maturidade para dizer não a uma neta que lhe pede algo ilegal e perde a oportunidade para ensiná-la que existem leis que todos devem cumprir; quando os que acobertam erros de terceiros o fazem por medo de represálias, quando a esquizofrenia é revelada através de olhares “lança-chamas” a quem diz verdades, quando a inversão de valores torna a desonestidade em esperteza, nos lembramos das palavras de Ruy Barbosa que apesar de terem sido ditas em 1914, aplicam-se perfeitamente aos gladiadores, ou melhor, aos senadores que se apresentam no Circo, ou melhor, no Senado:
"A falta de justiça, Srs. Senadores é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito... É a miséria suprema desta pobre nação.
A injustiça, senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão... Promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a baixeza, sob todas as suas formas.
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.
No outro regime (na Monarquia), o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos temiam e que, acesa no alto guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade".
A injustiça, senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão... Promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a baixeza, sob todas as suas formas.
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.
No outro regime (na Monarquia), o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos temiam e que, acesa no alto guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade".
Que falta faz um Ruy Barbosa!
Que falta faz o Farol em meio à escuridão e ao mar revolto!
Que falta faz o temor ao Eterno!
Charge: http://primeirapessoa.wordpress.com/2007/12/06/comissao-nota-a/
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