terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Lumina - Bem-vindos à luz!

Musical de Natal da IBMorumbi

16, 17, 18, 19 e 21 de dezembro de 2009


Chegando em casa após o espetáculo fomos, aos poucos, voltando à vida real. Tinha sido nossa noite de estréia e estávamos muito animados. A apresentação fora um sucesso. A avaliação fornecida pela plateia foi o retorno que necessitávamos e o caminho a ser seguido nas apresentações seguintes.

Olhando para o espelho, o cansaço se tornava patente através das profundas olheiras. Aquele perceber foi quase mágico e descortinou o tema do Musical de forma pessoal e interativa. Como a luz revela o que realmente somos! À medida que o demaquilante ia sendo aplicado e as imperfeições da pele sendo reveladas, no alvo algodão ficavam as evidências de uma "mascaralização". A limpeza se tornou mais eficaz na proporção em que a luz revelou o que devia ser limpo.


A luz, também sinônimo de conhecimento, mostra que o espiritual vai além da própria cultura. Em lados opostos do palco, as cenas se alternavam entre o interior de uma casa na antiga Galiléia e uma praça na cidade de Londres. Um garoto cego, amigo dos pastores que no campo tinham visto os anjos e a grande estrela, e um homem erudito em um banco de praça, conversando com um acendedor de lampiões que via sua função não somente como um iluminador da escuridão física, mas também como um "atiçador reflexivo" de almas. Os diálogos se interligam, a despeito do intervalo de tempo existente entre as duas cenas e conduzem à verdadeira Luz manifesta em Jesus.

Então, em meio à suja estrebaria, coxo de alimento para animais, a Luz chegou revelando a nossa real situação. Para ali convergiram pastores e sábios, da região e do exterior, sem GPS, ou instrumentos de comunicação em massa, como rádio, TV, jornal ou Internet, mas todos chegaram ao mesmo local do "furo" da reportagem.

A luz em forma de estrela foi seguida pelos sábios que já sabiam, por registros dos antigos manuscritos, que "a grande luz" levaria ao "Grande Rei"!

E lá foram eles atrás da estrela. Seguindo-a atravessaram o palco da Igreja Batista do Morumbi com um "piscante e fujão" camelo que transportava presentes, mantimentos e toda bagagem necessária para a grande viagem empreendida.

E a grande luz? Ela "estacionou" sobre a estrebaria e foi vista por todos daquela época. Se o fato tivesse ocorrido nos dias de hoje, sem dúvida haveria muitos "ufólogos" envolvidos na “brilhante aventura". Os "repórteres" da época devido à limitação dos recursos midiáticos utilizavam a escrita e a voz para transmitir os acontecimentos, as histórias, as tradições de geração em geração. E sem dúvida, apesar do eterno padrão de transmissão dever basear-se na neutralidade, sabemos que total isenção é simplesmente impossível, então dentro de um foco da época, entre os mais variados motivos, a notícia da luz que parou sobre uma estrebaria em Belém era a mesma, em latitude e longitude.

E a luz da estrela foi pequena perto da LUZ que brilhou na manjedoura. Ele, o Único que não erra, o Imperecível, o Eterno, o Perfeito entrara em contato com os falhos seres humanos. Ele veio “vestido” da humanidade para não nos chocar e nisso reside todo o mistério da Encarnação.

A luz conduziu os homens até a LUZ. E ali no palco, entre músicas executadas pela orquestra, cantadas pelo coral, coreografadas pelo grupo de expressão e representadas pelo grupo de artes cênicas, luzes, cores e sons espalharam-se explodindo pelo prédio da IBMorumbi.

A palavra final foi apresentada pelo pastor Lisâneas Moura, mostrando a importância de se entender que precisamos de Jesus, a luz do mundo. E ali na IBMorumbi, em plena época de pós-modernidade, em que não muitos param para apreciar e memorar aqueles longínquos acontecimentos, Lumina, a mesma brilhante luz do antigo Oriente ali também "estacionou", pois durante aquelas apresentações, nos dias 16 a 21 de dezembro, Jesus nasceu em vários corações.


Regência - coral e orquestra da Igreja Batista do Morumbi - Wesley Penteado
Direção cênica - Rhode Mark
Pastor Senior - Lisâneas Moura

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Dicas de programação cultural para dezembro

Guilherme de Almeida, o Príncipe dos Poetas, morava em uma linda casa, no bairro do Pacaembu. Casa da Colina foi o poético nome que ele lhe atribuiu. A casa, de estilo europeu, recebeu uma decoração primorosa e aconchegante.

E é ali que funciona hoje o Centro de Estudos de Tradução Literária, Casa Guilherme de Almeida. Seu diretor, Marcelo Tápia, é editor, professor, poeta e tradutor, com diversos livros publicados. O mês de dezembro terá uma programação promovida pela Casa Guilherme de Almeida nos dias 12 e 19.


Veja programação abaixo:


12/12/09 - Mini oficina de Haicais

Marcelo Tápia ministrará em um único encontro uma oficina voltada à criação, pelos participantes, de haicais construídos conforme o esquema idealizado por Guilherme de Almeida (1890 – 1969), que conquistou seguidores da poesia brasileira. As aulas incluirão uma breve apresentação da história do haicai em português focalizando o modelo proposto por Guilherme de Almeida. Serão dadas noções básicas de métrica e ritmo em poesia. A produção dos alunos será publicada no site de literatura e arte Cronópios.

DATA: 12/12/2009, sábado, das 10h30 às 12h30 e das 13h30 às 15h30
LOCAL: Sala de aula do Museu da Língua Brasileira - Portão 3, Pça. Da Luz, sem número.
INSCRIÇÕES: pelo telefone 11 – 3227-0402 – 30 vagas
www.museulinguaportuguesa.org.br


19/12/09 - Lançamento de livro e recital
Reedição das traduções dos poemas de Paul Verlaine feitas por Guilherme de Almeida.

Poemas que celebram a vida, o amor e a cidade, apresentados por convidados e por alunos dos cursos promovidos pela Casa Guilherme de Almeida. A atração principal será dividida entre parcerias musicais do poeta e apresentará poemas do escritor Mafra Carbonieri, lidos em português pelo autor e em italiano pela tradutora Aurora Bernardini.
Será lançado o livro A Voz dos Botequins e outros poemas de Paul Verlaine, traduzidos por Guilherme de Almeida. Editora Hedra, Paralelamente a Paul Verlaine (1944). Introdução por Marcelo Tápia.

DATA: 19/12/2009, sábado, às 19h30
LOCAL: Casa das Rosas-Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, Av. Paulista, 37
INSCRIÇÕES: pelo telefone 11 – 3227-0402
www.casadasrosas-sp.org.br

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Tri lançamento Tri legal na Casa das Rosas

A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura recebeu, no dia 13 de novembro, três autores para lançamento de seus livros: Marcelo Tápia, com o livro “Valor de uso”, Jaa Torrano, com “A esfera e os dias”; e Donny Correia com “Balletmanco”.

Os três foram publicados pela Editora Annablume. Marcelo Tápia, escritor, tradutor, ensaísta e editor - foto 1 - , já publicou Primitipo (1982), O bagatelista (1985), Rótulo (1990) e Pedra volátil (1996). É diretor do Museu Biográfico e Literário Casa Guilherme de Almeida, em São Paulo, onde organiza um Centro de Estudos de Tradução Literária. É palestrante conhecido, principalmente, nas áreas de poesia e tradução poética. “Valor de uso” foca o eterno recomeço da presença do homem, de sua habitual relação com o palpável e de sua constante tentativa em tocar o abstrato.

José Antonio Alves Torrano (Jaa Torrano) - foto 2 - é professor de grego na USP. Já publicou “O sentido de Zeus”, além de várias matérias sobre literatura grega clássica em revistas especializadas.

Donny Correa - foto 3 - publicou em 2005 o livro de poemas “O eco do espelho”. Seu lançamento “Balletmanco” é a história de um poeta cuja esposa se suicida e os pensamentos que o acometem numa determinada fração de tempo. Donny é coordenador de eventos da Casa das Rosas. Autógrafos, coquetel e música aguardavam os amigos e admiradores que ali se reuniram para homenagear a mais um presente literário recebido.

A Casa das Rosas abriu no dia 31 de outubro uma instalação multimídia “Edgard Alone Poe”, celebrando o bi centenário do famoso precursor da literatura fantástica moderna, que nasceu em 1809, em Boston e faleceu em 1849, em Baltimore.

Novembro na Casa das Rosas ainda oferece outro lançamento de livro, “Graduado em Marginalidade” (Sacolinha), Exposição “Tecendo histórias, traçando pontes”, até 06/12/2009; Projeto Poeta em cena, com Ademir Assunção, nos dias 28 e 29/11/09, das 20h às 21h. Também no dia 28/11, às 15h da tarde, Mil Primaveras de Poesia Galega. Encerrando a programação do semestre, Fim de ano na Casa das Rosas, de 01 a 20 de dezembro.
Palestrantes, professores, preletores de primeira grandeza estão programados para as atividades do mês de novembro e dezembro na Casa das Rosas. A programação completa que consta de apresentações teatrais, cursos, palestras, saraus e eventos especiais pode ser vista no site www.casadasrosas-sp.org.br

Sem querer entrar em "lugar comum", podemos dizer que: Se a cultura alimenta a alma a Casa das Rosas, bem como a Casa de Guilherme de Almeida, apresentam "cardápios" apetitosos e saudáveis!

Bom apetite!


Casa das Rosas
Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura Av. Paulista, 37 - Bela Vista CEP.: 01311-902 - São Paulo - Brasil (11) 3285.6986 / 3288.9447 contato.cr@poiesis.org.br

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Gary Chapman, autor do livro “As 5 Linguagens do Amor”, em São Paulo

Era 30 de setembro. O frio ainda castigava a cidade de São Paulo, apesar de já estarmos na Primavera. O local da reunião era longe, então munidos de GPS lá fomos nos aventurar em um bairro desconhecido do outro lado da cidade. Apesar do trânsito, conseguimos chegar.

Logo na entrada ficamos boquiabertos com o tamanho da Igreja Bíblica da Paz. Em seguida, nos dirigimos para comprar o livro que nos daria direito ao ingresso para a palestra. Grande tirada “amarrar” a entrada à compra do livro.

Em seguida, nos dirigimos ao coquetel que estava acontecendo na sala chamada “Capela”. Claudinei Franzini havia colocado o nome do João Marcos, meu marido, e o meu, para que pudéssemos ter um contato mais próximo com o autor americano, para quem eu havia traduzido o primeiro livro no Brasil - As 5 Linguagens do Amor - precursor da “série das linguagens”: As 5 linguagens do amor para crianças, para jovens, para solteiros e assim por diante. O livro original foi
best-seller várias vezes, tendo vendido 3 milhões de unidades, somente em inglês, e foi traduzido para 34 idiomas.

Eu me apresentei a Gary como a tradutora de “As 5 Linguagens do Amor”, cumprimentei-o, trocamos algumas palavras, ele autografou o "Castelo de Cartas" e em seguida, João Marcos e eu nos dirigimos ao local onde ele falaria a um auditório com mais de três mil pessoas.

Foram momentos de puro enlevo. “As 5 Linguagens do Amor” se uniram ao “Castelo de Cartas” (lançamento) e o resultado foi uma mensagem que causou impacto e deixou esperança a todos os casais.

Foi muito bom encontrar com seu intérprete oficial, Mario Simões, amigo de muitos anos, do início da Igreja Batista do Morumbi. Filho de Priscila e Neco Simões, pastor e missionário por muitos anos da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo, e também voz de dublagens em port
uguês, como a de Rex Humbard, o pastor televisivo dos anos 80. Mario, também é neto de um saudoso e querido casal, pastor Walter e Edelweiss Kaschel. Além de músico e pastor, ele é ótimo intérprete. Foi muito bom revê-lo depois de tantos anos...

O período de cânticos foi dirigido por Asaph Borba, conhecido compositor de músicas cristãs.

Mark Carpenter diretor geral da Editora Mundo Cristão, e Claudinei Franzini, diretor de Marketing, tiveram participações na programação, apresentando e introduzindo os participantes.

O grande auditório sorveu cada palavra de Gary Chapman e interpretada por Mario. Certamente, muitos ali tiveram seu primeiro contato com essa importante mensagem. Outros adquiriram seus livros e começaram a imbuir-se do assunto.

No silêncio do meu coração e no anonimato, agradeci a Deus por ter podido traduzir o primeiro livro da “saga” das linguagens do amor e ter conhecido pessoalmente seu autor. Foi muito gratificante perceber como aquela linha de raciocínio foi responsável por ajudar inúmeros casamentos em todo o mundo, inclusive o meu.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Não deu tempo...

Éramos muitos e quase todos tínhamos os olhos molhados, no culto de despedida de Jorge Rehder que aconteceu no Projeto Raízes, domingo 8 de novembro de 2009.

Jorge, dentista de profissão, era músico / poeta por paixão. Chegou, então, o momento em que Deus resolveu chamá-lo para compor lá no céu.

As músicas que fez aqui na Terra, sem estar na presença física de Jesus, já eram especiais. Imagine, então, a produção que fará ali, na presença real de sua maior inspiração!


Rudemar, um dos pastores do Projeto Raízes contou que suas últimas palavras foram o primeiro versículo do Salmo 23: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará”. Não deu tempo dele terminar o Salmo aqui. É bem possível que tenha continuado a recitá-lo, silenciosamente e, quando percebeu, já estava na presença de seu eterno pastor!


No ano passado Jorge completou 35 anos de ministério. Suas músicas edificaram, confrontaram, sensibilizaram a muitos. Elas vão ficar por aqui, dando continuidade ao seu trabalho. “Chutando baixo” foram umas 130 músicas. Entre elas “Barnabé”. Nos congressos de pastores em que ele dirigia ou participava do louvor, essa era uma das requisitadas. “Da multidão dos que creram, era só um o coração...”. É como se inicia uma outra canção das mais apreciadas de Jorge Rehder. Ela oferece um quadro da igreja primitiva e é muito cantada durante a cerimônia de Ceia nas igrejas.

Ele compunha sozinho, ou em parceria. Entre seus mais constantes parceiros e amigos, encontram-se Nelson Bomilcar, Guilherme Kerr e Jorge Camargo e, com eles também formou um quarteto que encantou a muitos com suas composições primorosas, afinação apurada e interpretação contagiante. Foi a época da Morumbi Produções, da Igreja Batista do Morumbi, na década de 80.


Segundo Jaime Kemp, diretor de Lar Cristão e fundador de Vencedores Por Cristo, Jorge Rehder juntou-se ao time de poetas e músicos brasileiros de nossa época, que já foram “promovidos” – Jairinho, Janires e Sérgio Pimenta. E que quarteto também formaram ali!


Há muito, mas muito mais pra se escrever sobre Jorge: de seu incrível senso de humor, à integridade de vida e sensibilidade nos relacionamentos. Mas... Há também muitos outros escrevendo sobre ele. Vou, então, parar por aqui deixando registrada minha apreciação por sua vida, por sua obra e por sua linda família. Apesar da saudade, do vazio que ficou, sabemos que agora é que ele está desfrutando da verdadeira vida!


A esposa Marilda e as filhas Marina e Carol são, agora, alvos constantes de nossas orações. Que elas se sintam amadas, amparadas e sejam receptáculos do consolo direto do Espírito Santo, que é o especialista dessa área.


Até breve, Jorge.
Você só foi antes de nós!
Quando chegar a nossa vez,
você nos ensinará suas novas composições
e todos juntos cantaremos ao Senhor,
motivo primeiro de nossa vida aqui,
ou aí na eternidade!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Os livros vão desaparecer?

Esta é a pergunta que não quer se calar...

Amo a presente época, sou usuária de eletrônicos e utilizo muito a Internet. Minhas comunicações são feitas em grande parte através da web, por emails, MSN, twitter, skipe etc. No entanto, continuo a ser uma profunda apreciadora e frequentadora de livrarias. Nada se compara a pegar um livro nas mãos, sentir o cheiro do papel, tentar adivinhar sua gramatura, notar os efeitos da capa percebendo se ela é recoberta por verniz total ou localizado e assim por diante.

Sei que há muitas pessoas como eu e é por isso que espero, torço, anseio que os livros continuem por muito tempo ainda na face da terra. Segurar algo concreto, não somente olhar para o virtual, nos faz sentir mais humanos.

Não tenho nada contra os e-books. Creio que eles deverão em breve ser aperfeiçoados a ponto de nós mortais, podermos utilizá-los. Porém, não penso que virão a substituir os livros em si. TV e rádio convivem, jornal e revista, telefone fixo e celular, fotografia e cinema. Por que não e-books e livros tradicionais? Sou da área de Comunicação – Produção Editorial e Jornalismo – e, ao contrário de muitos profissionais da área de tecnologia, não vejo o presente e nem o futuro próximo como ameaça de extinção ao bom e velho amigo livro. Talvez em futuro distante isso venha a ocorrer, se é que Jesus não voltará antes!

Porém, enquanto isso, o ser humano vai tentando aperfeiçoar os e-readers. A famosa agência de notícias Reuters publicou uma matéria com o seguinte título: “E-readers ainda precisam evoluir” http://info.abril.com.br/noticias/mercado/e-readers-ainda-precisam-evoluir-02112009-5.shl

Analistas avaliam os mais recentes e-readers – como o Kindle, da Amazon.com e o Nook, da Barnes & Noble e dizem:

Em alguns aspectos os eletrônicos ainda perdem feio para a experiência tátil proporcionada pelos livros convencionais... Até agora, os e-readers só fornecem "reproduções estáticas de uma versão impressa" com a desvantagem de que os livros convencionais fazem parte da história de vida dos consumidores e com os quais eles se sentem familiarizados, confortáveis...

Creio que uma das nítidas vantagens desses equipamentos é o espaço virtual para armazenagem. Quem ama livros acaba não tendo mais espaço para guardá-los. O mofo os ataca, as traças também. Nos e-readers, milhares de títulos podem ser armazenados e acessados sem que o leitor dê um espirro sequer!

Pois é... Os amantes do livro se sentem, muitas vezes, como protagonistas de um filme de ficção em que ele está preste a desaparecer. Há muita elucubração, mas somente o futuro nos fornecerá a resposta sobre o que acontecerá com a nossa leitura.

Enquanto o presente não é futuro, os livros continuam sendo mais que simples fornecedores de cultura, orientação ou entretenimento. Eles são nossos amigos, companheiros, pois quem lê, nunca está sozinho!

sábado, 31 de outubro de 2009

Termina o Terceiro Fórum de Jornalismo MidiaOn

O 3º Midia On, Fórum de Jornalismo Online, terminou na quinta-feira, 29 de outubro de 2009. O tema foi "O uso das novas mídias na publicação de notícias".

"O que um jornalista precisa para se integrar às novas mídias" foi o último painel.

O assunto é complexo e inacabado. Não há como fazer afirmações fechadas. Nas próprias faculdades estuda-se alternativas com o objetivo de entender como as redes sociais impactam o dia-a-dia dos profissionais da Comunicação.

Os palestrantes foram os jornalistas Tiago Dória - editor de blog sobre cultura, web, tecnologia e mídia hospedado no IG, e José Roberto de Toledo - Associação Brasileira de Jornalismo de Investigativo. O mediador foi o jornalista Carlos Drummond - coordenador do curso de Jornalismo da Facamp, em Campinas.

Foi dito que o grande diferencial da internet não é a velocidade, mas sim a "perenidade", se contrapondo às páginas velhas e amareladas dos jornais impressos. O mais importante é que as notícias publicadas na rede continuam armazenadas e se tornam base para novas pesquisas, podendo ser acessadas a qualquer momento de qualquer lugar do mundo. Dória coloca o fato de a tecnologia possibilitar a produção de notícias até de um celular. Também diz que para produzir conteúdo, o importante não é se apegar às ferramentas, mas sim aos conceitos, percebendo que informação é mais importante ao leitor e qual a melhor maneira dela ser compreendida.

José Roberto de Toledo disse que em meio à tamanha velocidade continua vital apurar as informações antes de publicá-las. O jornalista falou sobre o twitter e o facebook como ferramentas que o jornalista deve usar. Porém, não deve passar informações da empresa de comunicação em que trabalha, pois se tornaria seu "concorrente" e seria como "dar um tiro no próprio pé"!

O Midia On foi uma parceria do Portal Terra e o Itaú Cultural com apoio da BBC Brasil e da CNN. O objetivo é debater os rumos das atividades e a tendência da informação no mundo digital.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

MediaOn abre em São Paulo com o jornalista investigativo Joshua Benton


A frase mais divulgada do convidado que fez a abertura do MidiaOn, Joshua Benton, Diretor do The Nieman Journalism Lab, da Universidade de Harvard, foi "Os jornalistas terão de perder a arrogância". Essa frase teve eco para quem se lembra de quando a imprensa era considera o "Quarto Poder". Isso tanto foi verdade, que no Brasil, no ano de 1968 o regime militar estabeleceu o AI 5 Ato Institucional número 5, que controlava todos os órgãos de comunicação. A imprensa era mais atuante e colocava-se ao lado do povo contra o regime que queria sufocar a ambos. Inúmeros jornais foram fechados e proibidos de publicar suas notícias. Muitos foram censurados e no lugar dessas notícias eram colocadas receitas culinárias! Enfim, tentaram "tapar a boca" da imprensa. Porém, auando um jornal se calava num estado, um outro abria sua boca. E assim a imprensa sobreviveu aos anos de chumbo.

Agora, uma nova era, uma nova ameaça. Não ideológica, pois praticamente não há mais ideologias. O mundo está sem referenciais. A própria comunicação se volta contra ela mesma. Rádio e televisão não acabaram com os jornais impressos. Conseguiram conviver e se completar. Acontecerá o mesmo entre a comunicação digital e a impressa?

O jornal impresso, pelo menos no Brasil, ainda é considerado o principal veículo dos formadores de opinião. A Internet, com a pressa que lhe é característica, tem seu espaço garantido por divulgar mais rápido a notícia. Porém, aprofundamentos não combinam com essa comunicação digital, que acaba ficando mais epidérmica, superficial. O jornal impresso ainda é a forma mais detalhada de se dar uma notícia. E, daqui para frente, acredita-se que sobreviverá o jornal impresso que se tornar mais opinativo do que informativo. Perfis serão traçados e os leitores se aproximarão daqueles que mais lhes agradar. Mas irão sabendo a tendência daquele meio impresso em questão.

Em sua palestra, Benton, da Universidade de Harvard, cita dados dizendo que nos Estados Unidos a situação do jornal impresso está pior do que no Brasil. O número de jornalistas da mídia impressa americana está hoje, 2009, no mesmo nível em que esteve no ano de 1971 (40 mil) , ou seja 38 anos atrás, já tendo chegado em quase 70 mil nas década de 80 e 90.

Esse forum, MIDIAON além de necessário e atual ajudará a definir o papel do jornalista no Brasil.

A Internet tem difundido de forma mais rápida do que nunca na história as notícias do que acontece no mundo. Não existem mais fronteiras para a informação. Isso é notável, é útil, porém há também pontos negativos, a começar pela falta de confiança. Não se pode acreditar em tudo que se lê nas redes digitais. Há muitas inverdades. Algumas não intencionais, advindas de informações não apuradas. Outras são intencionalmente mentirosas, com escabrosos golpes disparados ao acaso, que acabam atingindo os incautos. Erros de gramática, erros de conteúdo, podem provocar consequências desastrosas. A discussão sobre a não mais indispensável presença do jornalista nos sites de notícias aumentam consideravelmente essa inexatidão. Alguns concordam com isso, outros não. Enfim, essa discussão deverá continuar e passar por muitas outras etapas.

E, também visando contribuir para esse impasse, o MidiaOn apresenta o fórum com o tema “Futuro incerto e a revolução permanente na mídia”. São 30 conhecidos profissionais da área, debatendo e apresentando o fruto de suas experiências no Itau Cultural, na Avenida Paulista 149, em São Paulo, de 27 a 29 de outubro, das 9:00h às 19:00h e com entrada livre.

Ao final do fórum serão conhecidos novos pontos de vista e opiniões, gerados e desenvolvidos nesse ambiente com tantos profissionais da Comunicação. Até lá!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Do lado de cá do rio...

Os bairros da zona sul da cidade de São Paulo possuem, literalmente, "um divisor de águas" que é o Rio Pinheiros.

Médicos e psicólogos recomendam que os habitantes metropolitanos adotem a proximidade geográfica como forma de evitar o estressse. Cada vez mais mora-se perto do trabalho, da escola, da igreja exatamente para diminuir o tempo de locomoção.
E foi esse um dos motivos que levou a Igreja Batista do Morumbi a expandir-se e chegar a este lado do rio!

A comunidade oferece aos moradores de Moema e bairros vizinhos, estudo da Bíblia sistemático, grupos de convivência e de comunhão.
Ouvir a voz de Deus, ouvir a voz do outro é algo que todo ser humano almeja. Moema é repleto de prédios, lojas, restaurantes, hotéis e possui um enorme contingente de pessoas circulando por todos esses locais. Um bairro que "tem de tudo" também precisa de comunidades espirituais. Há outras opções e agora entre elas, também a CBMoema.

Seu diferencial é o fato de ser afiliada à Igreja Batista do Morumbi, que fica do outro lado do rio e já conta com 4 mil frequentadores por domingo. Seguindo a mesma linha a CBMoema fica mais perto para os milhares de moradores do bairro e vizinhança.

No domingo, dia 04 de outubro de 2009, às 11:00 horas da manhã, no Hotel Bourbon aconteceu a inauguração oficial da CBMoema. As próximas reuniões estão marcadas para os primeiros domingos de cada mês, até o final do ano. Depois, começará a se reunir semanalmente no Hotel Bourbon, na Avenida Ibirapuera, 2927. Aí está uma boa opção para quem deseja conhecer mais sobre a Bíblia e sobre Deus.

A Comunidade Batista em Moema já se identificou tanto com o bairro, que fez lindas camisetas com o slogan Amo Moema. Por que será? Apareçam para descobrir! Todos serão muito bem-vindos!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Olhar para trás, para olhar para a frente - Henri Nowen

Como podemos viver realmente uma vida em ação de graças?

Quando olhamos para trás e vemos tudo o que nos aconteceu, facilmente dividimos a nossa vida em várias fases, como coisas boas para agradecer e coisas más para esquecer. Mas, com um passado assim dividido, não podemos caminhar livremente em direção ao futuro. Com tantas coisas para esquecer, o maximo que podemos fazer é coxear rumo ao futuro.

A gratidão espiritual abarca todo o nosso passado, tanto os bons como os maus eventos, tanto os momentos alegres como os tristes. Do lugar em que nos encontramos, podemos concluir que tudo o que nos aconteceu nos trouxe a este lugar. Recordemos tudo isso como parte do plano de Deus que nos conduz. Isso não quer dizer que tudo o que nos aconteceu no passado seja bom, mas quer dizer que mesmo o mal não aconteceu fora da presença amorosa de Deus.

Os sofrimentos do próprio Jesus foram-lhe causados pelas forças das trevas. Mesmo assim, ele fala dos seus sofrimentos e morte como o caminho da glória.É muito difícil colocar todo o nosso passado sob a luz da gratidão. Há muitas coisas de que nos sentimos culpados e envergonhados, muitas coisas que desejaríamos que pura e simplesmente não tivessem acontecido. Mas, cada vez que temos a coragem de olhar para elas "na sua totalidade" e de as ver como Deus as vê, então a nossa culpa torna-se uma culpa feliz e a nossa vergonha uma vergonha feliz, porque provocam em nós um reconhecimento mais profundo da misericórdia de Deus, uma convicção mais forte de que é Deus quem nos conduz e um empenho mais radical na aceitação da vida ao serviço de Deus.

Desde que todo o nosso passado seja bem recordado como gratidão, adquirimos a liberdade para ser enviados para o mundo a proclamar a Boa Nova aos outros. Assim como as negações de Pedro não o paralizaram, mas uma vez perdoado se tornaram uma nova fonte de fidelidade, assim também as nossas falhas e traições podem transformar-se em gratidão e capacitar-nos a ser mensageiros de esperança.
Henri Nouwen
Um pouco sobre o autor:
Nascido na Holanda, o psiquiatra cristão Henri Nowen foi um professor de sucesso nas Universidades dos Estados Unidos, mas deixou “os píncaros” para dedicar-se a uma comunidade para doentes mentais, ou seja uma clínica psiquiátrica, chamada ARCA, no Canadá.
Segundo Fernando Oliveira, que me envia esses textos...

“Henri Nouwen foi um mestre na espiritualidade cristã conciliando teologia com devoção, conhecimento da história humana com compreensão dos feitos históricos de Deus na vida das pessoas; lucidez intelectual com uma compaixão simples e prática, destituída de preconceitos”.
Segue uma lista de alguns de livros DELE e SOBRE ELE:

Livros de Henri Nowen

. Crescer: os três movimentos da vida espiritual. São Paulo: Paulinas, 2000.
. Cartas a Marc sobre Jesus. São Paulo: Loyola, 1999.
. Espiritualidade do deserto e o ministério contemporâneo. São Paulo: Loyola, 2000.
. Podeis beber do cálice? São Paulo: Loyola, 2002.
. Oração: o que é e como se faz. São Paulo: Loyola, 1999.
. O Sofrimento que cura. São Paulo: Paulinas, 2001.
. Adam, o amado de Deus. São Paulo: Paulinas, 2000.
. A Voz íntima do amor. Uma jornada através da angústia para a liberdade. São Paulo: Paulinas, 1999.
. Mosaicos do presente. Vida No Espírito. São Paulo: Paulinas, 1998.
. A Volta do Filho Pródigo. A história de um retorno para casa. São Paulo: Paulinas, 1997.
. Intimidade: ensaios de psicologia pastoral. São Paulo: Loyola, 2001.
. O perfil do líder cristão do século XXI. Belo Horizonte: Atos, 2002.
. Transforma meu pranto em dança. Rio de Janeiro: Textus, 2003.
. Uma carta de consolação. São Paulo: Cultrix, 1982.
. Nossa maior Dádiva. São Paulo: Loyola, 1997.
. Memória viva. Apostolado e oração em memória de Jesus Cristo. São Paulo: Loyola, 2001.
. Estrada para a paz: escritos sobre paz e justiça. São Paulo: Loyola, 2001.
. Diário: o último ano sabático de Henri J. M. Nouwen. São Paulo: Loyola, 2003.

Livros sobre Henri Nowen
YANCEY, Philip. Alma Sobrevivente. Sou cristão apesar da igreja. São Paulo: Mundo Cristão: 2004.

O’LAUGHLIN, Michael. Henri Nouwen: his life and vision. New York: Orbis Books, 2005.

SHAW, Lucy. “Henri Nouwen: a escalada para Deus”. In: YANCEY, Philip. & SCHAAP, J. C. Muito mais que palavras. São Paulo: Vida, 2005.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

VALE CULTURA

Foi aprovada a lei que oferece mensalmente ao trabalhador a quantia de R$50,00 (cinquenta reais) que poderão ser gastos em livros, CDs, ingressos de teatro, cinema, apresentação de danças, palestras etc. dependendo da escolha de cada um.

O Ministro da Cultura, Juca Ferreira, respondendo às dúvidas dos artistas disse que não haverá imposição das formas de arte a serem adquiridas ou assistidas, sejam elas shows de "rap" ou apresentações de balé clássico. Segundo o ministro, um país regido pela democracia não pode impor ao povo as manifestações artísticas consideradas mais nobres, em detrimento de outras. A livre escolha deve ser respeitada e incentivada. Sem dúvida, o ministro está certo.

No entanto, creio ser perfeitamente lícito oferecer-se um leque de opções em que cada forma de arte seja explicada e sua história, ao longo do tempo, contada. Uma apresentação desse tipo já serviria de enriquecimento cultural. Sempre haverá espíritos inquiridores, desejosos de conhecimento e com curiosidade suficiente para desbravar o que lhes é desconhecido.

Parabéns ao atual ministro da cultura. Tenho certeza de que entre os beneficiados com esse vale haverá aqueles que saberão escolher e alimentar-se adequadamente com o variado e colorido cardápio artístico que lhes é apresentado.

Imagem: http://www.coopcultural.org.br/coopcultural/noticias/noticia.asp?id=768

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

HORA “H” - Tributo ao poeta e à sua obra

Haroldo de Campos foi um dos criadores da Poesia Concreta, junto com seu irmão Augusto de Campos e Décio Pignatari.
Esse trio – Noigandres – ficou conhecido mundialmente e a Poesia Concreta, bem como o Concretismo, tornaram-se mundialmente reconhecidos, valorizados e estudados como um movimento literário.

Haroldo de Campos nasceu em 19 de agosto de 1929 e faleceu em 16 de agosto de 2003. O mês de agosto, portanto, foi o mês de sua entrada e saída desta vida.

Ele era uma pessoa eclética que atuava nas mais diversas áreas como teatro, ensaística, cinema, artes plásticas, TV, design, crítica e teoria literária, estética, tradução, performance, ensino e outras mais. Ele embriagou-se com o elixir da vida e dele tirava forças para adentrar por tantas diferentes portas. Uma curiosidade sem limites levava-o a experimentações e a vencer estranhamentos, conforme entrevista concedida a José Márcio Rego em março de 2000 e publicada no Caderno Mais! de a FOLHA DE SÃO PAULO, em 14 de setembro de 2003. Ele aprendeu, e ensinou a não fecharmos os olhos ao diferente. Ele provou que é mais inteligente manter a mente aberta, mesmo que o primeiro olhar não se sinta confortável.

E é ao poeta Haroldo de Campos que anualmente, no emblemático mês de agosto é produzido um evento com o objetivo de homenageá-lo e de manter viva a sua importante e vasta obra. Traduções de seus livros são preparadas em outros idiomas, leituras de trechos são feitas por personalidades artísticas por ele influenciadas, ocorrem debates e palestras de livros de sua autoria e tradução, testemunhos são dados por pessoas que com ele conviveram, enfim, a pessoa de Haroldo de Campos é lembrada e sua obra valorizada.

Um verdadeiro show cultural é preparado e entregue aos amigos e admiradores daquele que, segundo o diretor da Casa das Rosas, Frederico Barbosa, deveria ter recebido o prêmio Nobel de Literatura.

Neste ano a primorosa programação estendeu-se por três dias – 14, 15 e 16 de agosto e a Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura – teve o privilégio de homenagear seu “patrono”.

Entre palestras, oralizações, shows musicais, a preleção de Marcelo Tápia - diretor do Museu Guilherme de Almeida, poeta e tradutor - sobre a teoria de tradução poética desenvolvida por Haroldo de Campos e chamada de transcriação, foi brilhante. Ele apresentou os fundamentos, referências e exemplos da obra tradutória bem como os procedimentos e a forma haroldiana de transcrever poesias. A “Casa da Colina”, como também é conhecido o Museu Guilherme de Almeida, agora sob a direção de Marcelo Tápia, encontra-se em reforma. Por esse motivo os cursos por eles oferecidos estão sendo ministrados nas dependências da Casa das Rosas.

Segue o endereço da programação - www.poiesis.org.br - e gostaria de recomendar a todos que desejam aumentar seu conhecimento e desfrutar de boa companhia que fizessem os cursos oferecidos. Cultura e conhecimento só trazem enriquecimento para a alma e para o espírito. Devemos aproveitar essas oportunidades.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Não sei SE NADO, ou SE A FOGO!

É triste... Mas muito triste ver o grupo de líderes que deveria ser exemplo para a nação, passar por situações de tanto constrangimento! As pessoas comuns quando infringem leis recebem punições. Nos lares, os filhos são disciplinados quando suas ações são contrárias às regras da casa. Daí, a importância da família na vida de uma sociedade. É ali que as personalidades são formadas e os caracteres forjados. É ali que as boas obras são incentivadas e os erros corrigidos. É ali que o aprendizado se dá na mais profunda concepção da palavra, repercutindo por toda a vida.

É sempre possível aprender, mas quanto mais cedo uma criança receber tais orientações, mais probabilidade haverá de ela se tornar uma pessoa íntegra. E mesmo assim, infelizmente não há garantias, pois muitos foram criados em lares equilibrados e até com orientações bíblicas e religiosas, mas se revoltaram e adentraram a caminhos errôneos. No entanto, há muita chance de que, em alguma situação da vida, o ensinamento recebido retorne à memória e reconduza vidas ao trilho (“Ensina a criança no caminho que deve andar e mesmo quando for velho, não se desviará dele”. Bíblia livro de Provérbios 22.6 no Antigo Testamento).

Somos todos conscientes de que o ser humano é falho: "Enganoso é o coração e desesperadamente corrupto. Quem o conhecerá?" (Bíblia, livro de Jeremias 17.9 no Antigo Testamento). Conhecemos nossas tendências para o mal. Isso é muito perceptível, pois não é necessário ensinar uma criança a desobedecer. Essas características são existentes em nossos corações e, se incentivadas podem levar a atos insanos.

Toda essa introdução é para dizer que no Senado Brasileiro, neste agosto de 2009, pode haver pessoas que tenham sido criadas na mais rígida integridade, recebido orientações dignas, mas que por opção assumiram rumos mais fáceis, mais largos. Mas, para nós, povo, a impressão que se tem daquela CASA, que deveria ser modelo de dignidade e honradez, é que todos estão comprometidos (até o mais comprido e esticado fio de cabelo!).

- Qual seria a reação se o senador mór, que se encontra na berlinda, se levantasse e dissesse:

- Aquele desta Casa que não estiver "com o rabo preso" que seja o primeiro a atirar-me uma pedra"

Imagine isso acontecendo...

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Pode-se até ouvir o profundo silêncio instalado, apenas interrompido pelo arrastar dos sapatos se afastando...

E apesar dessas palavras não terem sido verbalizadas, foi como se tivessem sido proferidas através de um potente equipamento de som, pois o arquivamento das acusações nada foi além de abrir-se as mãos atrás das costas e soltar-se as pedras ao chão.


A impunidade é uma das mais agressivas formas de injustiça. Quando um avô não tem a maturidade para dizer não a uma neta que lhe pede algo ilegal e perde a oportunidade para ensiná-la que existem leis que todos devem cumprir; quando os que acobertam erros de terceiros o fazem por medo de represálias, quando a esquizofrenia é revelada através de olhares “lança-chamas” a quem diz verdades, quando a inversão de valores torna a desonestidade em esperteza, nos lembramos das palavras de Ruy Barbosa que apesar de terem sido ditas em 1914, aplicam-se perfeitamente aos gladiadores, ou melhor, aos senadores que se apresentam no Circo, ou melhor, no Senado:


"A falta de justiça, Srs. Senadores é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito... É a miséria suprema desta pobre nação.
A injustiça, senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão... Promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a baixeza, sob todas as suas formas.
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.
No outro regime (na Monarquia), o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos temiam e que, acesa no alto guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade".


Que falta faz um Ruy Barbosa!

Que falta faz o Farol em meio à escuridão e ao mar revolto!

Que falta faz o temor ao Eterno!

Charge: http://primeirapessoa.wordpress.com/2007/12/06/comissao-nota-a/

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O tempo pós-moderno e a religiosidade

Uma reflexão sobre a mudança do olhar da sociedade


Blaise Pascal (1623 - 1662) foi filósofo religioso, físico e matemático francês do século 17. Sua biografia pode ser acessada em vários sites e sua genialidade comprovada.
Pascal, além de suas invenções práticas era, também, um teórico religioso.

Ele deixou inúmeras frases atemporais embebidas de reflexão, que hoje podem orientar o ser humano pós-moderno, repleto de incertezas e caracterizado pela busca ao transcendental.
Uma delas cai como luva principalmente ao jovem do século 21, que já não recebe em sua família as raízes judaicas cristãs, sendo fruto de uma miscigenação de credos, aos quais tanto aceita, quanto refuta, ou de um ateísmo, com ou sem convicção:

“Se Deus não existe, os religiosos perdem por volta de 80 anos de suas vidas. Se Deus existe, os ateus perdem a eternidade”.
Blaise Pascal

A verdade dessa frase transborda de júbilo o coração que entregue nas mãos de um Deus pessoal, desfruta de uma vida em sua presença e deseja que o mesmo ocorra com seus semelhantes.


O programa da TV Cultura e da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), Café Filosófico, apresentou no domingo 26 de agosto, às 23:00h uma programação sobre Deus. O palestrante foi Leandro Karnal, gaúcho de São Leopoldo, historiador e professor da UNICAMP. Não concordei com tudo o que ele disse, mas achei primorosas algumas de suas citações como a da frase acima, de Pascal.


O ambiente é um café, em clima de penumbra, com foco na mesa do palestrante. Ele vai discorrendo sobre o tema e em momentos definidos entram perguntas dos participantes. O clima é de total atenção ao palestrante, que discorre livremente. Neste domingo, falou-se sobre o fato de que a crença em um ser superior pode gerar paz de espírito ou medo. Dois patriarcas bíblicos foram abordados: Abraão, com seu Deus próximo e afetuoso, e Moisés, com seu Deus irado, punidor e lançador de raios consumidores. Colocou-se, também, a questão do motivo que ainda hoje leva as pessoas a abraçarem uma religião.


Temas culturais são sempre bem-vindos e não há limite de aprendizagem para o ser humano. Até o último suspiro de nossas vidas devemos e podemos estar abertos para aprender. Essa é uma das motivações da vida. Cada novo dia fornece conteúdo, dados, situações, histórias que contribuem para nosso crescimento como pessoa.

Não há limite para quem deseja aprender.
Porém, há um tema que por mais que se busque, ele só será suprido e perfeitamente encaixado no interior de cada um, com a pessoa de Deus. Não qualquer deus, não qualquer crença.

Paulo, no livro de Atos, capítulo 17 cita em Atenas a religiosidade dos gregos e seu grande número de deuses, dizendo que notara nessa característica sede e busca. E ali o apóstolo apresenta o Deus trino soberano, o poderoso criador dos céus e da terra, o doador da vida aqui e no além através de Jesus Cristo, e o Deus consolador na pessoa do Espírito Santo. Ali ele desafia os gregos a buscarem esse Deus, que não era “um” entre os outros, mas era “o”.


O mundo pós-moderno está imerso em filosofias já conhecidas, com nova roupagem, e segundo o Dr. Jaime Kemp, as principais são:

1. Humanismo: O homem destrona a Deus como autoridade absoluta e entroniza a si mesmo.

2. Relativismo: Os absolutos deixam de existir. A esfera torna-se: “Sua opinião contra a minha.”

3. Hedonismo: O prazer torna-se o alvo principal da vida.

4. Materialismo: A abundância dos bens materiais se torna o alvo da vida.

5. Individualismo: O foco é colocado no indivíduo e em seus direitos.


Podemos, então, dizer a este mundo pós-moderno que faz da busca sua vida, que olha para o relativo como única opção, que aprecia o esotérico, mas a ele não se fia, que a esperança e Deus não morreram, e que o ETERNO se apresenta não somente como
Aquele oferece o céu no amanhã, mas hoje concede sua companhia e orientação. Ele é o Pai amoroso, mas firme, que rega e satisfaz o coração que o busca.

Imagem Pascal: http://theworldaccordingtobill.blogspot.com/

segunda-feira, 20 de julho de 2009

terça-feira, 14 de julho de 2009

500 anos do nascimento de Calvino

Calvino não é tão conhecido como Martinho Lutero, por isso mesmo fiz questão de aqui deixar registrada esta homenagem por ocasião de seu aniversário de 500 anos!

Calvinista por herança, por ser neta de pastor - Rev. Francisco Augusto Pereira Jr. - um dos pilares da Igreja Presbiteriana no Brasil - passei a refletir mais seriamente sobre isso por causa de um outro pastor, Ary Velloso, fundador da igreja a que pertencemos, Batista do Morumbi, e também calvinista convicto.

Porém, como não sou expert no assunto preferi utilizar o texto abaixo (blog do Pava - créditos ao final da leitura) escrito por Claudio Lembo. A primeira coisa que passou por minha cabeça ao lê-lo foi: Ah... Como tudo seria diferente se no governo houvesse mais pessoas com o temor de Deus!



Ímpios no comando


A expedição dos calvinistas ao Brasil ainda exigirá de nossos historiadores maiores investigações e a análise de fontes primárias. Estas poderão indicar novos contornos para o episódio.

Daquela primeira expedição, nada consistente restou. Somente no Século XIX outras correntes de seus seguidores atingiram várias regiões do território brasileiro.

Ergueram templos. Fundaram escolas. Instalaram universidade. Procuraram imprimir na nossa cultura valores éticos próprios do fundador deste importante seguimento religioso.

São poucos, no entanto. Aqui a indagação: seria diferente o comportamento de nossos políticos se o pensamento calvinista estivesse mais inserido em nossas vidas cotidianas?

É possível. Certas situações da política nacional mostram-se incrivelmente bizarras. Não resistem a um mínimo lampejo de reflexão. Assemelham-se a surrealistas. Daí a necessidade de aproximações.

Pregava Calvino profundo respeito à autoridade. Baseava-se nos ensinamentos de Paulo e Pedro: a autoridade deve ser respeitada. Mesmo assim, admitia desobedecer, quando o rei deliberasse de forma ímpia.

Exatamente isto. O cidadão pode se opor ao governante quando este age em desacordo com a lei e os princípios da boa condução dos assuntos públicos. O bom governo é que deve ser preservado.

Calvino, a par de reformador religioso, conduziu profunda reorientação nos costumes políticos de Genebra. Esta repercutiu em vários países, tanto da Europa como da América.
Quando se comemoram os quinhentos anos do nascimento - deste companheiro de estudos de Ignácio de Loyola - seria oportuno um reviver dos valores éticos por ele pregados.

A sociedade já se mostra enfadada. Os atos praticados pelos dirigentes do Senado Federal constrangem. Permitem, como nos ensinamentos do reformador, a presença de uma ira santa.

Alguns parlamentares desviaram-se de qualquer código de conduta. Agrediram valores. Desobedeceram a leis. Violaram confianças. Tornaram-se indignos.

Boa forma de se comemorar a data, correspondente ao nascimento do autor de As Institutas* é afastar de suas funções os administradores públicos ímpios.

É dever da cidadania.


* Edições brasileiras das Institutas:
A Instituição da Religião Cristã - Editora da Unesp - São Paulo - 2007
As Institutas - Editora Cultura Cristã - São Paulo 2006


Claudio Lembo é advogado e professor universitário. Foi vice governador do Estado de São Paulo de 2003 a 2006, quando assumiu como governador.

(http://pavablog.blogspot.com/2009/07/impios-no-comando.html) Jarbas Aragão deu a dica a Sérgio Pavarini que postou no seu blog e eu aproveitei a dica para colocar esse precioso texto nesta Cesta! O texto na íntegra encontra-se no seguinte endereço: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3848090-EI8421,00-Impios+no+comando.html

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Por que histórias de animais mexem tanto conosco?

Tenho feito esta pergunta inúmeras vezes e só de pensar no assunto fico emocionada.


É muito interessante como, por exemplo, um filme sobre o Lago Ness, que mostra a amizade do monstro com um garoto e depois a despedida destes para que o pet fosse salvo dos predadores, chega a brotar lágrimas nos olhos!


Histórias sobre cachorros, então, não dá nem para lê-las até o fim sem inundar as páginas com nossas lágrimas, como o livro Meu amigo Marley.


Pensando nisso, chego à conclusão de que talvez seja o medo de nos separarmos desses animaizinhos que tanto nos cativam, que provoque essa reação.


Conheço pessoas que ao perderem seus bichinhos sofreram tanto que resolveram não ter outros, para evitar sofrer novamente. Posso entender essa postura, mas não creio que seja a mais adequada. São tantas as alegrias que temos com nossos animais de estimação, que se evitarmos tê-los para não sofrer, deixaremos também de curti-las.


Por isso, prefiro evitar de sofrer deixando de ler um livro triste sobre animais, ou mesmo de ver um filme com o mesmo tipo de enredo, mas não me abstendo de ter um animalzinho. Eles, além de nos fazer companhia, nos fazem rir, caminhar, ter responsabilidade por suas vidinhas e, também ter lembranças gostosas depois que se forem.


Esta é a Shadow. Uma linda Pointer Inglês, carinhosa e inteligentíssima! João Marcos e eu gostaríamos de ter tempo para levá-la mais vezes para passear. Mas, por outro lado, quando estamos em casa ela recebe tanto carinho e atenção, que até esquece da rua.


Ela é treinada, gosta de fazer showzinho para os nossos amigos, e em troca de uns petisquinhos ela deita, rola, dá a pata, dá beijinho, cruza as patas, abre e fecha a porta da cozinha. Acredite se quiser! E, apesar de grande, ela adora ficar no colo.


Vale a pena, ou não?


Fotos: JM e Iara Vasconcellos


quarta-feira, 8 de julho de 2009

No Brasil o maior ícone do New Journalism

Sete de julho, terça feira à noite - o auditório do MASP estava lotado de profissionais e estudantes da área de Comunicação Social. Todos estavam ansiosos para ouvir Gay Talese, autor de Fama e Anonimato, obra mais conhecida do jornalista no Brasil. Foram duas horas de conversa, mediada por Ilan Kow, editor-executivo de O Estado de S. Paulo.



Ele nem precisava dizer que era filho de italianos!

Como a maioria de nós paulistanos também o é, antes mesmo de contar a origem de seus pais, a platéia já sentia uma identificação natural com o grande escritor e jornalista ítaloamericano. A utilização das mãos, como reforço em sua comunicação, e sua sensibilidade delatavam a origem latina.


Certo dia Talese entrou em um prédio vazio e começo a subir suas escadas. Como não havia ninguém, ele foi subindo. Só no terceiro andar encontrou alguém. Foi algo inusitado. Havia um homem em cima de uma escada com um instrumento nas mãos que parecia um acordeon. Ele, então, ficou ali parado, em silêncio, observando o homem até que este notou sua presença.

Gay Talese perguntou o que o homem estava fazendo e a resposta que recebeu o deixou muito intrigado:

- Estou criando as palavras que vão lá fora.

Num ímpeto ele perguntou ao senhor se ele concordaria ser entrevistado.

- Mas quem se interessaria por isso?

- Eu. Respondeu Talese.

- Mas você não é repórter!

- Sou copy boy, mas no futuro serei repórter.

Gay Talese não podia imaginar que aquele encontro seria o estupim de sua carreira jornalística.

Foi, então, compartilhando com a platéia o início de sua carreira e de como aquela primeira entrevista foi valorizada pelos editores do jornal em que trabalhava que Gay começou a sua fala. Ali ele já mostrava reconhecimento e gratidão, dois diferenciais em sua vida.


Gay Talese compartilhou sua visão de Jornalismo, as características essenciais para exercer a profissão, suas impressões da atual época digital e a maior ameaça ao Jornal impresso. Criticou a atual aproximação dos jornalistas ao poder vigente e disse: "em meu tempo nós éramos considerados 'outsiders'! Hoje, os filhos dos jornalistas frequentam a mesma escola dos filhos dos políticos".


Contando que seus pais italianos tinham negócios em Nova Iorque (o pai era alfaiate a mãe tinha uma loja) e da importância de ter aprendido boas maneiras com eles (para obter e manter clientes), afirmou que todo jornalista precisa de educação, polidez. Depois, ele foi enfático ao afirmar que a curiosidade devia ser uma das características e motivações principais do jornalista. Escrever bem, fidelidade às fontes, lealdade e veracidade eram outras.


Em relação à Rede Web, Gay não é muito adepto e reconhece que, por causa dela, as pessoas estão escrevendo muito pior do que antes de seu advento. O interessante, porém, é que ele não acredita que a web seja a maior inimiga do jornal impresso. Ele diz que se o jornal impresso chegar a ser extinto, a mão que desferirá o golpe fatal será a pressa. Pressa essa que tem diminuído a qualidade das matérias, tanto em conteúdo quanto em exatidão.


Sobre o estilo de suas obras, diz que escreve como se pintasse. Que o leitor ao ler enxerga através de seus olhos. Por isso ele descreve o ambiente, as pessoas, as fisionomias, os estilos de roupa, o modelo dos carros etc.


A entrevista é o maior recurso do jornalista e ele deve investir nessa ferramenta para poder aproveitá-la ao máximo. O entrevistado precisa perceber que é testemunha de um fato histórico e que seu depoimento mostrará a relevância de sua participação. Essa valorização costuma ocasionar mais boa vontade e maior número de informações.


Ele espera que haja órgãos de comunicação que decidam pagar o preço da excelência e invistam mais em seus profissionais, patrocinando assim a qualidade.


Gay Talese esteve a semana passada na FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) entre os dias 1 e 5 de julho de 2009. Segundo ele, foi realmente uma celebração conviver com pessoas que partilhavam da mesma paixão: os livros.


Em época de “pressa expressa” os textos de Gay Talese fornecem uma agradável adequação interna, pois os fatos chegam até nós com relevância e veracidade, mas também com poética. O insight que o conduziu ao New Journalism, proporcionando ao leitor uma forma menos árida de se tomar conhecimento dos fatos foi: “Se eu escrever ficção vou ser apenas mais um, mas se eu escrever não-ficção parecendo ficção, aí sim serei exclusivo".


E foi o que fez. E é o que faz!


Que bom!


Texto e fotos: Iara Vasconcellos

MASP 07/07/09