“Eu não vou mentir!
Não podemos nos transformar naquilo que combatemos”
No dia de ontem, 15 de setembro de 2014, Marina Silva esteve na Casa das Caldeiras, em São Paulo num programa voltado à área artística e cultural. Estavam presentes representantes de várias modalidades como cinema, teatro, televisão, literatura, circo, artesanato e outras.
No palco havia cadeiras e nelas faziam rodízio as pessoas que iam sendo nominadas. Eram cineastas, teatrólogos, representantes de centros culturais, entre outros. Cada um abordava sua área e fazia reivindicações.
Marina, ali sentada entre os que se revezavam, exercitava o dom de ouvir. Ela ouvia e anotava.
Entre as pessoas que eram chamados, passava-se um vídeo curto e objetivo, em geral com artistas e representantes da área cultural, como Caetano Veloso.
Depois dessas rodadas, o vice Beto Albuquerque tomou a palavra e apresentou-se como colega de Eduardo Campos, já há 24 anos. Sentia-se tristeza em suas palavras ao falar sobre o amigo.
E então, chegou a tão esperada hora e a palavra foi para Marina Silva. Depois de revelar sua incursão pelo mundo artístico, e as modalidades nas quais teve alguma vivência, citou uma frase de Lacan: "O sentido aparece só depois". A arte tem o poder de antecipar aquilo que, muitas vezes, a política só é capaz de fazer mais tarde. Muitos artistas têm esse poder de antecipar. “A arte é o espaço do exercício da simbologia. Somos humanos porque somos éticos. É na ética que se encontra e faz a mediação dos diferentes interesses. Sem o que entraríamos num processo de autodestruição, sem o que seria impossível qualquer sociedade, qualquer civilização, ela afirmou.
Marina passou, então, a contar como chegou ao partido de Eduardo Campos. Mesmo tendo sido convidada para participar de seis outros partidos, optou por unir forças com ele, que tinha uma liderança jovem, que sofria menos preconceito do que ela (diz isso consciente da realidade nacional). Aquele jovem era um lutador pela democracia e pelos direitos sociais e começava a fazer uma reflexão em sua visão de desenvolvimentista, buscando a sustentabilidade. Eduardo Campos ajudou Marina a conseguir assinaturas para seu partido e quando lhe foi negado o direito, ele foi até o Supremo, inclusive pagando advogados para que o “Rede” fosse registrado, mesmo sabendo que ela talvez viesse a ser sua concorrente política. Por tudo isso, Marina resolveu unir forças com o PSB e fortalecer a candidatura de Eduardo Campos em vez de ser candidata por outro partido.
Com 55 anos de idade, sendo 30 anos de militância política (entre outros cargos, vereadora no Acre e senadora pelo Acre, sendo em ambos a mais votada), 26% nas pesquisas, mesmo sem estrutura, ela não podia se omitir Juntos, então, fizeram uma plataforma na Internet, em que 6 mil pessoas participaram dando sugestões na elaboração do plano de governo. Os pontos desse programa eram: aprofundar a democracia, ampliar as conquistas, e a sustentabilidade. Fizeram, também, vários seminários temáticos – energia, saúde, educação, economia, juntamente com outros temas, e então, terminaram o programa, que Eduardo Campos não teve a oportunidade de ver lançado. Veja na íntegra o plano de ação para mudar o Brasil emhttp://www.psb40.org.br/imprensa/pg.pdf
Valorizar a cultura (pois ela transforma as pessoas) é uma das metas desse plano. Aqui ela fez uma colocação importante: o papel do governo é criar climas propícios para que surjam tanto artistas, quanto apreciadores, pois um depende do outro, e nesse momento cita Marcel Duchamp: “Há um consciente artístico que deve ser observado: a parte que produz e a parte que aprecia e coloca o artista, no lugar de artista”. O papel do governo é criar um ambiente favorável para ambas as partes, pois a arte e a educação favorecem o ensino e o conhecimento.
Com 55 anos de idade, sendo 30 anos de militância política (entre outros cargos, vereadora no Acre e senadora pelo Acre, sendo em ambos a mais votada), 26% nas pesquisas, mesmo sem estrutura, ela não podia se omitir Juntos, então, fizeram uma plataforma na Internet, em que 6 mil pessoas participaram dando sugestões na elaboração do plano de governo. Os pontos desse programa eram: aprofundar a democracia, ampliar as conquistas, e a sustentabilidade. Fizeram, também, vários seminários temáticos – energia, saúde, educação, economia, juntamente com outros temas, e então, terminaram o programa, que Eduardo Campos não teve a oportunidade de ver lançado. Veja na íntegra o plano de ação para mudar o Brasil emhttp://www.psb40.org.br/imprensa/pg.pdf
Valorizar a cultura (pois ela transforma as pessoas) é uma das metas desse plano. Aqui ela fez uma colocação importante: o papel do governo é criar climas propícios para que surjam tanto artistas, quanto apreciadores, pois um depende do outro, e nesse momento cita Marcel Duchamp: “Há um consciente artístico que deve ser observado: a parte que produz e a parte que aprecia e coloca o artista, no lugar de artista”. O papel do governo é criar um ambiente favorável para ambas as partes, pois a arte e a educação favorecem o ensino e o conhecimento.
Marina é professora de História e com especialização em Psicopedagogia e em Teoria Psicanalítica.
Marina elogiou Fernando Henrique pelo Plano Real, que hoje já é uma conquista dos brasileiros. Ela deu crédito a quem de direito, e disse que hoje o plano real já é uma conquista da sociedade. Deve-se institucionalizar as conquistas.
Sobre as críticas das quais têm sido alvo, Marina diz que há uma estrutura poderosa por trás delas, um batalhão de Golias com artilharia pesada contra Davi. Em certas cidades no nordeste diziam que se Marina for eleita ela acabará com Mais Médicos; com Minha Casa, Minha Vida; com a Bolsa Família, com a Transposição do São Francisco, com a Trans Nordestina, com o Pré-Sal. Aí ela brincou: Só se eu fosse o Exterminador do Futuro!! Acrescentou que essa postura está subestimando a inteligência da sociedade brasileira.
Fez também uma comparação entre o que ela está passando agora, sendo enxovalhada por mentiras, como as que Lula sofreu por parte do “Caçador de marajás”. Fernando Collor de Melo espalhava mentiras dizendo que quem tivesse dois porcos, poderia se preparar porque alguém viria confiscar o outro suíno, quem tivesse dois quartos na casa, o Lula iria colocar outra família. E se você tivesse uma Bíblia, devia escondê-la, porque o Lula iria tomá-la. Marina saiu combatendo aquelas mentiras.
Marina tem dito: As coisas boas vamos manter, as erradas vamos corrigir! E as que não foram feitas, vamos começar a fazer!
Ela diz que o cidadão hoje tem se tornado o protagonista de sua ação política e que a ideia final é: “Queremos um Brasil melhor”. Para isso todos devem se unir e cada um contribuir com sua parte.
Chegou a hora, não mais do apelo aos brasileiros, nem da carta aos brasileiros, pois essas táticas já foram utilizadas, respectivamente por Fernando Henrique e Lula, mas chegou a vez de se ganhar a presidência da República não com base em mentiras, em calúnia, na desconstrução, porque essa já foi feita pelo Collor em relação a Lula. Agora é a vez de se eleger um presidente com base em uma carta dos brasileiros, que diz como a Cultura deve ser tratada, como a Educação deve ser tratada e assim por diante.
Marina disse ser uma mulher de fé, nascida católica e depois convertida cristã evangélica em 1997. Ela diz que há pessoas que pecam pelo excesso. Ela tem dito que, se para ser presidente da república tiver de negar a sua fé, então ela não é a candidata certa.
Ela apoiou pessoas com pensamentos diferentes dos seus em vários aspectos. Apoiou Gabeira no Rio de Janeiro, mesmo com um dos outros candidatos professando a mesma fé que a sua. Ela não estava escolhendo um padre, um rabino ou um pastor para ser prefeito do Rio de Janeiro. Ela entendia que num estado laico, Gabeira era o melhor.
Os brasileiros estão aprendendo que o estado laico é o que garante o direito de não negar a nossa fé! O direito de ser o que se é independentemente da fé, da condição social, da cor da pele, da orientação sexual. Direito assegurado pelo Estado não pode ser confundido por outra coisa.
Marina diz que fala o que pensa e assim as pessoas podem dar, ou não dar a ela o seu voto. Ela não diz coisas diferentes para agradar aos que creem, e aos que não creem. Ela tem a mesma palavra, mesmo que tenha de pagar um preço muito alto por isso. Só a verdade pode orientar uma escolha responsável.
Fica feliz ao ver pessoas que exercitam suas formas de expressão artística.
Termina com uma palavra dizendo que sabe que naquele evento há pessoas que já decidiram em quem vão votar, mas que há outras que ainda estão pesquisando. Incentiva que busquem o programa de governo (http://www.psb40.org.br/imprensa/pg.pdf). Diz que Aécio Neves ainda não apresentou e a presidente Dilma não vai apresentar, porque o programa dela é a mesma coisa que ela já está fazendo. Porém, os juros estão altos, a inflação está subindo, e o crescimento do país é pífio. Marina, então, preocupa-se com isso.
Ela diz que vê uma inversão na situação, pois quem apresentou o programa está sendo crucificado e quem não apresentou está querendo ganhar com base no cheque em branco. Quem deveria se explicar é quem quer governar sem apresentar o plano.
E, diz que aceitou ter debate, não embate. Que demorou 500 anos para o Brasil ter uma presidente mulher, então que ela não dará a Dilma o tratamento que dela está recebendo. Mesmo que essas mentiras a reduzam ao pó, a história dela não mudará pelo poder dessas mentiras.
Marina desconfia que a presidente Dilma não se sente confortável com o que tem dito sobre ela, mas que há um “marqueteiro” selvagem orientando-a. “Podem ter certeza de que, se um marqueteiro chegar para mim me mandando falar mentira a respeito dela, do Aécio, ou seja de quem for, eu não vou mentir. Não podemos nos transformar naquilo que combatemos”.
“Onde estão os algozes de Mandela, de Luther King, de Ghandi! Quando somos pequenos encontramos força olhando para os maiores!”. Essa foi uma de suas falas que mais arrancou aplausos da plateia.
Marina diz que pretende governar com as melhores pessoas de todos os partidos. Acrescenta que seu movimento é um movimento de resgate e que não tem nenhum problema em conversar tanto com Fernando Henrique quanto com Lula. Fazer um realinhamento político. Conversar sobre novas propostas para a política – infraestrutura, educação, saúde, economia.
Fez um pedido: mostre que as coisas que estão sendo ditas sobre mim são mentirosas. Divulguem o nosso programa (http://www.psb40.org.br/imprensa/pg.pdf).
E terminou dizendo: “Que haja a arte de fazer política com respeito ao outro, na busca da verdade, que não é de nenhum de nós, mas que se constrói na relação respeitosa do outro entre nós!”.
Marina desconfia que a presidente Dilma não se sente confortável com o que tem dito sobre ela, mas que há um “marqueteiro” selvagem orientando-a. “Podem ter certeza de que, se um marqueteiro chegar para mim me mandando falar mentira a respeito dela, do Aécio, ou seja de quem for, eu não vou mentir. Não podemos nos transformar naquilo que combatemos”.
“Onde estão os algozes de Mandela, de Luther King, de Ghandi! Quando somos pequenos encontramos força olhando para os maiores!”. Essa foi uma de suas falas que mais arrancou aplausos da plateia.
Marina diz que pretende governar com as melhores pessoas de todos os partidos. Acrescenta que seu movimento é um movimento de resgate e que não tem nenhum problema em conversar tanto com Fernando Henrique quanto com Lula. Fazer um realinhamento político. Conversar sobre novas propostas para a política – infraestrutura, educação, saúde, economia.
Fez um pedido: mostre que as coisas que estão sendo ditas sobre mim são mentirosas. Divulguem o nosso programa (http://www.psb40.org.br/imprensa/pg.pdf).
E terminou dizendo: “Que haja a arte de fazer política com respeito ao outro, na busca da verdade, que não é de nenhum de nós, mas que se constrói na relação respeitosa do outro entre nós!”.
Rosângela Cianci e Iara Vasconcellos
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