quinta-feira, 17 de março de 2011

O presidente Barack Obama na Cinelândia?

No sábado, 19 de março de 2011, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama deverá chegar ao Brasil. Um de seus compromissos (pasme!) será discursar na Cinelândia, bairro do Rio de Janeiro, famoso pelos políticos que ali tomam a palavra e se dirigem ao povo.

Esta visita do presidente americano ao Brasil tem, além do caráter comercial (o Brasil como um futuro exportador de petróleo que é independente, separado da OPEP) também tem um toque de nostalgia e romance.


Em sua biografia, "A origem dos meus sonhos", Obama conta que sua mãe (Ann Dunham, mulher branca, americana) assistiu o filme "Orefeu Negro", que no ano de 1959 ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro e a Palma de Ouro em Cannes. O filme foi feito a partir da peça teatral "Orfeu da Conceição" de Vinícius de Moraes. Nesse filme dirigido por Marcel Camus (co-produção entre Brasil e Itália) Agostinho dos Santos (cantor carioca já falecido) cantou a famosa música tema Manhã de Carnaval (Manhã, tão bonita manhã...) de Luiz Bonfá e Antonio Maria. Ann Dunham saiu do cinema extasiada, dizendo que o filme tinha sido a coisa mais linda que ela já tinha visto!


Depois disso, o presidente na maior potência do mundo acrescenta que sua mãe, logo depois, foi estudar no Haway. Lá chegando, conheceu na escola um jovem negro queniano, com quem acabou se casando. E algo muito interessante é que havia, realmente, uma grande semelhança entre o brasileiro, Breno Mello, intérprete do Orfeu no filme, e o africano proveniente de Quênia, que se tornou pai do atual presidente dos Estados Unidos.

Mais tarde, nos anos 80, o filme tornou passar em Nova Iorque e, dessa vez, a mãe de Obama convidou o filho para assistir com ela. No meio do filme, ele conta que olho para o rosto da mãe e viu que ela estava chorando de emoção. Naquele instante, ele entendeu porque uma mulher tão branca, como sua mãe, havia se casado com um homem tão negro, como o seu pai.


Além de emocionante e pitoresca, esta história aponta a possibilidade de que se Vinícius de Moraes não tivesse feito essa adaptação do mito grego de Orfeu (que tocava lira e com ela amansava as feras e, ao final, consegue resgatar sua esposa, Eurídice, do inferno, após ter sido picada por uma serpente - http://recantodasletras.uol.com.br/ensaios/1035305) e a deixado com "cara tupiniquim, ou melhor, de Zumbi", é provável que o presidente Barack jamais tivesse nascido.

Mais uma vez as telas influenciam a vida e mostram a importância e o poder da comunicação! E amanhã, a Cinelândia conhecerá alguém que, pelo menos de filme, já a conhecia!

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