segunda-feira, 21 de março de 2022

 PAZ EM MEIO À PANDEMIA

Iara Vasconcellos

- Será que vamos sobreviver?

Mesmo que não verbalizada, essa pergunta tem estado na mente de todo brasileiro que pensa, principalmente nos que já atingiram a marca de meio século e seguintes, pertencentes ao grupo de risco.

As pessoas vivem muito mais hoje do que no tempo dos nossos avós. A estrutura da vida, os cuidados médicos e os medicamentos têm aumentado o número de anos sobre a terra. Até hoje!

Traçar a origem de um vírus é algo para biólogos, cientistas, jornalistas científicos etc. Entre as inúmeras hipóteses, existem teorias da conspiração, mentiras, meias verdades e até a verdade!

A China acaba se tornando o país vilão e ponto de origem, não somente desse Coronavírus, mas da maioria das gripes que têm atingido todo o globo (Gripe A, H1N1, SARS...). Segundo alguns, essa pandemia é decorrente de experiências laboratoriais com o intuito de estudar as infecções pulmonares através do coronavírus. E nesse processo, alguns vírus escaparam ao controle e o objeto do estudo se espargiu incontrolavelmente. Outra possibilidade é a de que o hábito chinês de se alimentar de morcegos, também seja um dos responsáveis, pois esse animal é um hospedeiro natural de vários agentes infecciosos, inclusive o do fatídico vírus SARS-CoV-2 causador da COVID-19. Como na China comercializam animais silvestres como morcegos, cobras, e eles são mantidos em casa até que sejam consumidos, esse é um dos motivos de tantas epidemias e pandemias, pois favorece o surgimento de ameaças microbiais. Não se sabe ao certo qual dos dois motivos originou essa Pandemia, ou se há ainda um terceiro (que seria um vazamento proposital desse vírus, visando lucro com exportações chinesas para a “cura” da pandemia deflagrada criminosamente – essa é uma das teorias da conspiração que tem sido divulgada), mas os estudos continuam para que se chegue a uma comprovação.

Seja como for, o fato é que hoje a COVID-19 invadiu cada país do mundo conhecido e está ao nosso lado. A ameaça é real, obrigando uma sociedade a parar, a se esconder em casa, e a ficar atemorizada.

Porém, como sempre, o ser humano tem dificuldade em aceitar as realidades dolorosas e muitos escondem suas cabeças na terra como as avestruzes, negando o inegável. E isso, muitas vezes ocorre, por falta de condições emocionais para se aceitar a realidade. Um total despreparo para receber más notícias.

E assim somos nós! Vamos dos ímpetos de grandeza e megalomania, às crises de baixa autoestima, sentimento de desamparo, anseio por colo e proteção.

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Esta pandemia que atingiu o globo, que envolveu nosso país e tem chegado à regiões longínquas desde o final de 2019, tem mostrado nossa fragilidade e exposto nossa efemeridade. O confronto com o desconhecido atemoriza e causa ansiedade. Isso é real e humano. Porém, quando nos deparamos com uma situação globalizada e séria como a atual, tudo fica exacerbado.

Sentimento de impotência e temor podem conduzir ao pânico e ao desespero. A insegurança e a vulnerabilidade caminham juntas e podem desestabilizar lares e sociedades.

O número de infectados e mortos cresce em alguns lugares do mundo, e estaciona e diminui em outros, dependendo do tempo e da forma com que a população enfrenta a realidade. Apesar de parecer, não é filme de ficção e requer bom senso e medidas eficazes das autoridades. O maior impasse é cuidar da vida, ou da economia? Como equacionar essa situação? Desemprego, queda da Bolsa, restrição aos negócios e comércio têm afetado todas as nações do mundo, das mais ricas às mais pobres. Uma igualdade doída e humilhante abraçou o nosso planeta, e revelou o que há de melhor, mas também o que há de pior no coração humano, tipo usar a Pandemia em proveito próprio, com hiper faturamento dos equipamentos médicos para preservar a vida dos doentes graves.

A busca da solução continua envolvendo as mentes científicas e financeiras. Porém, o ser humano é mais do que corpo e mente. Alma e espírito têm sido fustigados e exauridos. Psicólogos e psiquiatras têm atendido via on-line e o equilíbrio tem sido buscado.

Mas, como equacionar um Deus bom com o que está acontecendo? Como encontrar paz e equilíbrio em meio a tantas variáveis e entre tantas ameaças verdadeiras?

Nessas horas, quem acredita na Bíblia tem para onde correr e encontrar conforto e orientação. Há várias passagens que se tornam referência e Norte em situações como a que estamos atravessando.

Primeiramente, precisamos reconhecer nossa dependência de Deus. Como Davi diz em Salmos 127.1: “Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.” Temos nossa atuação, mas se o Senhor não edificar e não proteger, de nada adiantará o que fizermos!

Especificamente para esta fase, eu diria que precisamos reconhecer nossa perplexidade, ansiedade, tristeza, indecisão, desassossego, ausência de paz interior... Esses sentimentos surgem de forma intermitente, dependendo da situação específica que estejamos enfrentando. Porém, eles têm feito parte de todos que se acham sob essa terrível ameaça, ou ação desse famigerado vírus.

Uma vez que reconheçamos essa variedade de emoções que nos sobrevém, o que fazer?

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Novamente, para aqueles que acreditam na Bíblia e a tem como regra de fé e prática, o ponto é buscar suas orientações, estudá-las e colocá-las em prática na vida.

Deus disse a Moisés, no livro de Números, que transmitisse a Arão a bênção com a qual ele e seus filhos deveriam abençoar o povo de Israel: “O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça; o Senhor volte para ti o seu rosto e te dê paz” (Números 6.24-26).

Davi, o “homem segundo o coração de Deus” (1Samuel 13.14) nos diz: “O Senhor dá força ao seu povo; o Senhor dá a seu povo a bênção da paz.” (Salmos 29.11). “Os que amam a tua lei desfrutam paz...”. (Salmos 119.165). “Em paz me deito e logo adormeço, pois só tu, Senhor, me fazes viver em segurança.” (Salmos 4.8). “Quando eu clamo, tu me respondes; coragem e força me dás” (Salmos 138.3).

O profeta Isaías, que ouviu a voz de Deus mandando que levasse ao povo Sua mensagem, nos diz: “Tu, Senhor, guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em ti confia” (Isaías 26.3).

O apóstolo Paulo, que inicialmente perseguiu o Senhor, depois de encontrar-se com Ele e tornar-se seu mais fiel seguidor, diz: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.” (Romanos 5.1). “Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo” (Romanos 15.13).

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Filipenses 4.6-7).

Jesus caminhou por este mundo e participou de todo tipo de situação. Ele nos diz: “Deixo a paz a vocês; a minha paz dou a vocês. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo” (João 14.27).

"Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo" (João 16.33).

E continuando a olhar para Jesus, podemos ir mais além e entender a paz que Ele conquistou na cruz para nós: a paz com Deus. Ele, ali, pagou o preço dos nossos pecados, pois por sermos pecadores, não poderíamos ter um relacionamento com Deus.

No livro de Romanos, vemos o plano que Deus elaborou para que tivéssemos paz com Deus: “Portanto, uma vez que pela fé fomos declarados justos, temos paz com Deus por causa daquilo que Jesus Cristo, nosso Senhor, fez por nós” (Romanos 5.1). E vemos esse plano em detalhes ao longo desse livro:

Romanos 3.10 – “Como afirmam as Escrituras: ‘Ninguém é justo, nem um sequer’”.

Romanos 3.23 – “Pois todos pecaram e não alcançam o padrão da glória de Deus”

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Romanos 5.12 – “Quando Adão pecou, o pecado entrou no mundo, e com ele a morte, que se estendeu a todos, porque todos pecaram.”

Romanos 6.23 – “Pois o salário do pecado é a morte, mas a dádiva de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.”

Romanos 10.9 – Se você declarar com sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dos mortos, será salvo.

Romanos 10.13 – “Pois ‘todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo’”.

E este é o plano dado por Deus para quem quiser ser salvo!!

Vamos lá... A Bíblia diz que todos somos pecadores e que esse pecado não permite que nos relacionemos com Deus. Nosso coração é enganoso (Jeremias 17.9 diz: “Enganoso é o coração e desesperadamente corrupto...”). E por isso não podemos nos relacionar com um Deus santo. Quem precisa ensinar uma criança a fazer o que é errado? Simplesmente não conseguimos atingir os padrões estabelecidos por Deus. Nada do que façamos, desde boas obras, bom comportamento, bons relacionamentos, não são suficientes para a perfeição exigida por Deus. Somente um justo poderia morrer pelos injustos. 1Pedro 3.18 diz: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito”.

E por que alguém perfeito, como Jesus, se submeteria a vir a este mundo imperfeito e sofrer a ponto de morrer na cruz? João 3.16 diz: “Porque Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.”

Esse amor por nós O levou até a cruz. E ali, Ele conquistou a vida eterna para nós. Quem se reconhece pecador, confessa e recebe o sacrifício de Jesus na cruz, é aceito por Deus e passa a relacionar-se com Ele. É necessário que haja esse tempo de conscientização do motivo da morte de Cristo, e a atitude de, em oração, ir até Ele, confessando-se pecador e pedindo a Ele o perdão dos pecados (Romanos 6.23, 10.9 e 10.13).

Essa busca por paz termina com o coração transbordando da paz de Cristo - “Deixo a paz a vocês; a minha paz dou a vocês. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo” (João 14.27).

E esse relacionamento com Ele continuará por toda a eternidade, pois Jesus Cristo é “o nosso bilhete de entrada no céu”. Boas obras, bons relacionamentos, são consequência de um coração transformado por Cristo. São resultados de uma vida com Ele, e não o meio para obtê-la. O preço para a paz com Deus jamais poderá ser pago por qualquer mortal. Só Aquele que nunca pecou, foi capaz de obtê-lo, por nós, na cruz.

Você não quer olhar para o seu coração, reconhecer-se aquém dos padrões exigidos por Deus, e correr para Aquele que tanto nos amou a ponto de tomar o nosso lugar naquela cruz?

Fale com Deus. Peça que Ele perdoe os seus pecados, e venha a ser o seu Salvador. O apóstolo João diz em seu evangelho:

“Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, a saber aos que creem em Seu nome” (João1.12).

“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (João 5.24).

“Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6.37).

E além da salvação da nossa alma na eternidade, o receber Jesus como nosso Salvador implica a presença dEle todos os dias da nossa vida “e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mateus 28.20).

Que esta fase de quarentena possa ser marcada não só pelo medo e insegurança, mas que seja também o momento de alegria e paz, de um relacionamento certo com Deus.

Ah, e a pergunta inicial desta matéria “Será que vamos sobreviver?”, se a resposta for negativa, mas você recebeu Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador, vamos nos encontrar no céu, na vida eterna que Ele ali preparou para nós!

Iara Vasconcellos é tradutora, produtora editorial e jornalista. Ela e o marido João Marcos Vasconcellos frequentam a CBMoema (Comunidade Batista no bairro de Moema) em São Paulo e são proprietários da “Capa a Capa” – Traduções e Produção Editorial em geral.

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