quinta-feira, 30 de julho de 2009

O tempo pós-moderno e a religiosidade

Uma reflexão sobre a mudança do olhar da sociedade


Blaise Pascal (1623 - 1662) foi filósofo religioso, físico e matemático francês do século 17. Sua biografia pode ser acessada em vários sites e sua genialidade comprovada.
Pascal, além de suas invenções práticas era, também, um teórico religioso.

Ele deixou inúmeras frases atemporais embebidas de reflexão, que hoje podem orientar o ser humano pós-moderno, repleto de incertezas e caracterizado pela busca ao transcendental.
Uma delas cai como luva principalmente ao jovem do século 21, que já não recebe em sua família as raízes judaicas cristãs, sendo fruto de uma miscigenação de credos, aos quais tanto aceita, quanto refuta, ou de um ateísmo, com ou sem convicção:

“Se Deus não existe, os religiosos perdem por volta de 80 anos de suas vidas. Se Deus existe, os ateus perdem a eternidade”.
Blaise Pascal

A verdade dessa frase transborda de júbilo o coração que entregue nas mãos de um Deus pessoal, desfruta de uma vida em sua presença e deseja que o mesmo ocorra com seus semelhantes.


O programa da TV Cultura e da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), Café Filosófico, apresentou no domingo 26 de agosto, às 23:00h uma programação sobre Deus. O palestrante foi Leandro Karnal, gaúcho de São Leopoldo, historiador e professor da UNICAMP. Não concordei com tudo o que ele disse, mas achei primorosas algumas de suas citações como a da frase acima, de Pascal.


O ambiente é um café, em clima de penumbra, com foco na mesa do palestrante. Ele vai discorrendo sobre o tema e em momentos definidos entram perguntas dos participantes. O clima é de total atenção ao palestrante, que discorre livremente. Neste domingo, falou-se sobre o fato de que a crença em um ser superior pode gerar paz de espírito ou medo. Dois patriarcas bíblicos foram abordados: Abraão, com seu Deus próximo e afetuoso, e Moisés, com seu Deus irado, punidor e lançador de raios consumidores. Colocou-se, também, a questão do motivo que ainda hoje leva as pessoas a abraçarem uma religião.


Temas culturais são sempre bem-vindos e não há limite de aprendizagem para o ser humano. Até o último suspiro de nossas vidas devemos e podemos estar abertos para aprender. Essa é uma das motivações da vida. Cada novo dia fornece conteúdo, dados, situações, histórias que contribuem para nosso crescimento como pessoa.

Não há limite para quem deseja aprender.
Porém, há um tema que por mais que se busque, ele só será suprido e perfeitamente encaixado no interior de cada um, com a pessoa de Deus. Não qualquer deus, não qualquer crença.

Paulo, no livro de Atos, capítulo 17 cita em Atenas a religiosidade dos gregos e seu grande número de deuses, dizendo que notara nessa característica sede e busca. E ali o apóstolo apresenta o Deus trino soberano, o poderoso criador dos céus e da terra, o doador da vida aqui e no além através de Jesus Cristo, e o Deus consolador na pessoa do Espírito Santo. Ali ele desafia os gregos a buscarem esse Deus, que não era “um” entre os outros, mas era “o”.


O mundo pós-moderno está imerso em filosofias já conhecidas, com nova roupagem, e segundo o Dr. Jaime Kemp, as principais são:

1. Humanismo: O homem destrona a Deus como autoridade absoluta e entroniza a si mesmo.

2. Relativismo: Os absolutos deixam de existir. A esfera torna-se: “Sua opinião contra a minha.”

3. Hedonismo: O prazer torna-se o alvo principal da vida.

4. Materialismo: A abundância dos bens materiais se torna o alvo da vida.

5. Individualismo: O foco é colocado no indivíduo e em seus direitos.


Podemos, então, dizer a este mundo pós-moderno que faz da busca sua vida, que olha para o relativo como única opção, que aprecia o esotérico, mas a ele não se fia, que a esperança e Deus não morreram, e que o ETERNO se apresenta não somente como
Aquele oferece o céu no amanhã, mas hoje concede sua companhia e orientação. Ele é o Pai amoroso, mas firme, que rega e satisfaz o coração que o busca.

Imagem Pascal: http://theworldaccordingtobill.blogspot.com/

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