Lembro-me, também, de quando meu pai e minha mãe diziam “não” para algum pedido meu, não adiantava chorar, espernear ou tentar de alguma outra forma manipulá-los. Uma vez dada a resposta, eles não voltavam mais atrás. Isso, em longo prazo deu segurança para que eu caminhasse. Eles também se comunicavam através de palavras e diretrizes. Recebi deles muitos beijos e abraços, colo e ombro, além das correções e disciplinas. Como outros pais, eles acertaram e erraram ao longo do caminho.
Meu marido e eu não temos filhos. Somos conscientes de que esse fato implica em perdas e em ganhos. Deixamos de desfrutar muitas alegrias da paternidade e maternidade, porém também não enfrentamos os dissabores dela decorrentes. Assistimos cenas de falta de respeito tanto dos filhos para com seus pais, quanto dos pais para com seus filhos. Relacionamentos quebrados por comportamentos inadequados são constantes em nossa sociedade.
Há casos estarrecedores, como o de Suzane von Richthofen que, em acordo com o namorado e o irmão deste, tramaram e executaram o plano de matar seus pais. Não há adjetivos para descrever essa barbárie. O caso continuará a ser comentado e discutido por muitos anos até que caia no esquecimento.
Inúmeras lições podem ser tiradas dessa situação extrema. Porém, creio que a chave de tudo resume-se em duas palavras: honra e respeito. A Bíblia fala que os filhos devem honrar seus pais, e que os pais não devem irritar seus filhos. Essa equação sendo observada de ambos os lados fornece o equilíbrio necessário para convívio e relacionamento. Comunica-se honra, respeitando. Comunica-se respeito, honrando.
As palavras são bonitas, mas nem sempre é fácil colocá-las em prática. Só a graça de Deus nos capacita a viver segundo seus padrões.
A família pode ser o melhor, ou o pior do mundo. Cada um de nós contribui para que um, ou outro ocorra. Como estamos?
Iara Vasconcellos
LC 67 / 2002
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